23.4.18

Auto-retrato (parece que chegou a altura de re-publicar isto)

Há coisas das quais me posso orgulhar: a liberdade, a independência, a incapacidade total, absoluta de emprenhar pelos ouvidos. Mais do que imune, sou alérgico ao zeitgeist. Sempre fui. A opinião dos outros nunca me interessou se não para aprender com eles o que não sei e ser capaz de fazer as minhas próprias opiniões. E o que pensam de mim é-me tão indiferente que chego a ter vergonha de tanta indiferença, nos dias piores - felizmente são poucos - .

Duvido a priori de tudo o que é consensual - não porque seja contra os consensos, mas porque acho que devem ser investigados e avaliados -.

Nunca me submeti à pressão de um grupo, fosse essa pressão de que natureza fosse. Não alinho em grupos, modas, clubes, partidos, sindicatos, escolas, facções ou seja o que for.

Respeito quem sabe mais do que eu quando me demonstra que sabe mais do que eu (ainda por cima saber mais do que eu não é difícil).

Não aceito argumentos ab auctoritate, não reconheço qualquer valor aos apelidos das pessoas, às suas origens sociais, ao dinheiro que têm ou não têm; - reconheço sim e unicamente ao que fazem. E quando há uma contradição entre o que dizem e o que fazem só me interessa o que fazem. Respeito as regras que devem ser respeitadas - por exemplo a cortesia e a ortografia, uma das suas variantes - faço o que posso para ser um homem decente, sou um bom pai (senão todos os dias pelo menos a julgar pelos resultados). Mas a minha adesão a essas regras é voluntária e não imposta.

Tenho uma aversão profunda, insondável e incurável a rebanhos, sejam eles do que ou de quem forem.

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